GilmarJunior

Textos de minha vida.

quinta-feira, março 08, 2007

Homenagem ao Dia das Mulheres





Nas fotos, mulheres dos movimentos relacionados ao setor primário se reuniram depois das 14h em frente ao Palácio Piratini. Entre as reivindicações, elas exigiam o fim da plantação desenfreada de eucaliptos, o chamado "deserto verde". Tal iniciativa vem sendo aplicada por empresas de celulose, como a Aracruz. Mais de 100 ONGs integram a Rede Alerta, iniciativa que visa elucidar a população sobre a monocultura do eucalipto e do pinus, as duas madeiras das quais se obtém o papel.
No Brasil, 65% da produção de papel vem do eucalipto. A monocultura, segundo ambientalistas, é a inimiga maior da biodiversidade. Além disso, os impactos ambientais são mais atrozes. No norte do Espírito Santo, mais de 130 córregos secaram devido à implantação de extensas áreas de reflorestamento com eucaliptos.
A produção de papel demanda cada vez mais terras, o que conduz à apropriação indevida de terras indígenas e de comunidades quilombolas. Para se subtrair das implicações legais, as empresas do setor acenam com criação de empregos e geração de divisas para o Estado. Contudo, o setor é altamente mecanizado, seja nas indústrias, seja no reflorestamento.
O Brasil produz 8 milhões de toneladas de celulose (dados de 2002) e pretende ampliar em 86% a área destinada a essa atividade (de 1,4 milhões para 2,6 milhões de hectares). Desse volume, 30,4% é exportado. Internamente, apenas 37% do papel produzido vai para a reciclagem. A falta de coleta seletiva e de dispositivos legais que puniriam empresas poluidoras emperram o processo de reciclagem no País.
Diante de números fabulosos e de expectativas sombrias, as mulheres foram à sede do governo gaúcho e clamaram por um mundo mais "feminino". Ser feminino no sentido de preocupar-se com as gerações futuras. Quem gera uma vida alardeia-se com mais intensidade por ela.

Fotos e texto: Gilmar Luís.