GilmarJunior

Textos de minha vida.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Posse da nova Assembléia gaúcha















































31 de janeiro de 2007. Lá fora, 35 graus. Nos corredores da Assembléia Legislativa, no centro de Porto Alegre, os potentes aparelhos de ar-condicionado deixam o ambiente na medida para o desfile de ternos escuros. No início, todos os novos deputados estavam empertigados; no entanto, os cumprimentos efusivos entre colegas e a militância amarrotaram os caríssimos pedaços de tecido cortados a fio.
O novo presidente da AL, o deputado Frederico Antunes (PP), era só sorrisos. Trouxe a família em peso e, com o filho no colo, atendia a inúmeras câmeras - de fotografia e de TV, indistintamente. Aliados tradicionais - como o atual secretário da Agricultura, Celso Bernardi - foram os primeiros a dar sinceros amplexos ao jovem político. Os petistas dissimulavam o fel de sair da presidência do Legislativo gaúcho, ainda que o deputado Fabiano Pereira soubesse que o cargo dado a ele era apenas um tampão.
A sala da presidência da AL já estava insalubre para acomodar políticos, jornalistas e papagaios de pirata. Para piorar a situação, a governadora Yeda Crusius chegou e a tênue organização do local ruiu de vez. Yeda entregou para os dois mais assediados deputados - Fabiano Pereira e Frederico Antunes - um documento no qual estavam os pressupostos de uma vigência mais tranqüila entre Executivo e Legislativo. O novo presidente da AL não perdeu tempo e alçou a palavra "diálogo" em seu prematuro discurso.
Durante 10 minutos, Yeda e os dois deputados riram e atenderam a militantes mais exasperados. Em seguida, dirigiram-se para o plenário, a fim de iniciarem a solenidade de posse dos novos parlamentares do RS. 55 deputados se revezaram no juramento, que, de tão repetitivo, até nos faz esquecer o miasma que a política vem ofertando ao povo.

Crédito do texto e das fotos: Gilmar Luís.