Posse da nova Assembléia gaúcha






31 de janeiro de 2007. Lá fora, 35 graus. Nos corredores da Assembléia Legislativa, no centro de Porto Alegre, os potentes aparelhos de ar-condicionado deixam o ambiente na medida para o desfile de ternos escuros. No início, todos os novos deputados estavam empertigados; no entanto, os cumprimentos efusivos entre colegas e a militância amarrotaram os caríssimos pedaços de tecido cortados a fio.
O novo presidente da AL, o deputado Frederico Antunes (PP), era só sorrisos. Trouxe a família em peso e, com o filho no colo, atendia a inúmeras câmeras - de fotografia e de TV, indistintamente. Aliados tradicionais - como o atual secretário da Agricultura, Celso Bernardi - foram os primeiros a dar sinceros amplexos ao jovem político. Os petistas dissimulavam o fel de sair da presidência do Legislativo gaúcho, ainda que o deputado Fabiano Pereira soubesse que o cargo dado a ele era apenas um tampão.
A sala da presidência da AL já estava insalubre para acomodar políticos, jornalistas e papagaios de pirata. Para piorar a situação, a governadora Yeda Crusius chegou e a tênue organização do local ruiu de vez. Yeda entregou para os dois mais assediados deputados - Fabiano Pereira e Frederico Antunes - um documento no qual estavam os pressupostos de uma vigência mais tranqüila entre Executivo e Legislativo. O novo presidente da AL não perdeu tempo e alçou a palavra "diálogo" em seu prematuro discurso.
Durante 10 minutos, Yeda e os dois deputados riram e atenderam a militantes mais exasperados. Em seguida, dirigiram-se para o plenário, a fim de iniciarem a solenidade de posse dos novos parlamentares do RS. 55 deputados se revezaram no juramento, que, de tão repetitivo, até nos faz esquecer o miasma que a política vem ofertando ao povo.
Crédito do texto e das fotos: Gilmar Luís.
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