GilmarJunior

Textos de minha vida.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Aquecimento global




Uma frase do candidato à presidência dos EUA, Al Gore, sintetiza a problemática do aquecimento global.
"O mínimo que é cientificamente necessário para combater o aquecimento global excede de muito o máximo que é politicamente viável", afirmou em 5 de julho de 2001. O Protocolo de Kyoto, datado de 1997, já vigorava. No entanto, os EUA faziam ouvido de mercador diante das cláusulas do protocolo. O total de emissões de dióxido de carbono, que sofreu queda de 3% entre 1990 e 2000, não mascara o contínuo desrepeito dos países industrializados para as normas de Kyoto. Tal decréscimo se deveu ao colapso das economias das ex-repúblicas soviéticas. Os integrantes do G-7 incrementaram as emissões em 8%.

Simulações realizadas em computadores prevêem o aumento da temperatura global de 1,4° C a 5,8° C. Isso implica verões mais quentes e chuvas torrenciais, com a maior ocorrência de enchentes. Em contrapartida, as secas tornar-se-ão mais agudas. O acréscimo de temperaturas promoveria uma efervescência de determinados nichos ecológicos, como a multiplicação acelerada de insetos e, por conseguinte, maior incidência de doenças por eles transmitidas.

Uma reportagem da revista Veja, de junho de 2006, remete o problema às raias do apocalíptico. Com o retumbante título Apocalipse Já, Veja informa que os efeitos do aquecimento global já podem ser sentidos, mas alerta que a ciência não sabe como contorná-los.

O desaparecimento de importantes centros industriais litorâneos, a bancarrota de safras agrícolas e destruição de propriedades em decorrência de catástrofes são os itens mais enumerados pelos especialistas para que medidas sejam tomadas. Com a vida humana em baixa cotação para os políticos e tecnocratas de plantão, resta embotar a voz diante de perdas financeiras.

Concomitante à assinatura do Protocolo de Kyoto, a Unicamp desenvolveu uma pesquisa que contabiliza os prejuízos de determinadas culturas por incoerências do clima. O café, que responde por 5% do agronegócio brasileiro (cerca de R$ 20 bilhões), terá de ser cultivado em terras situadas mais ao sul. Entre as perspectivas dos pesquisadores, há a possibilidade de bebermos café produzido na Argentina. Na rizicultura, o acréscimo de apenas um grau faria decair a área plantada de 4,8 milhões de hectares para 4,6 milhões. Para a cultura de soja, a grande vedete do agronegócio nacional, o aquecimento inutilizaria 50% das terras hoje aptas para o grão.

Além dos prejuízos para as culturas, milhões de agricultores estariam desestabilizados, o que redundaria em um ônus para os governos.

Crédito da foto e do texto: Gilmar Luís.
Nas fotos, uma chuva de apenas 20 minutos transtornou o trânsito de Porto Alegre. Ainda bem que estamos em janeiro e o tráfego se encontra bem mais reduzido...

1 Comments:

  • At quarta-feira, 24 janeiro, 2007, Blogger Unknown said…

    Certo, Gilmar, o aquecimento irá afetar e muito os lucros dos agronegócios. Mas gostei mais quando colocaste que a vida humana está em baixa.

    A ciência não pode fazer muita coisa porque ela é analítica e fragmentada, ela vê o mundo por multifacetas, e a gente precisa aprender a coagular, isso sim.
    Urge uma revolução espiritual, sem pedantismos.

     

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