Morte duas vezes – Gilmar Luís – 2 de novembro de 2006.
A reeleição de Lula foi saudada por muitos como a manutenção de um projeto de esquerda no país mais importante do Hemisfério Sul. Engodos à parte, o ex-metalúrgico ratifica a criação de uma nova ideologia, mais pragmática, e a extinção total do discurso sindical do irreconhecível Partido dos Trabalhadores.
Votei em Lula em 2002, mesmo com rijas ressalvas. A primeira delas era a coligação com o PL, uma sigla secularmente do setor empresarial e avessa a quaisquer concessões trabalhistas. A segunda – e mais contundente – é a aproximação paradoxal com o clã Sarney. Nos anos 80, Lula, então deputado federal, não teve papas na língua ao afirmar que José Sarney é um ladrão. Hoje, os dois trajados em ternos Armani trocam mesuras.
Morreu o PT. A última resistência de esquerdismo no partido foi extirpada a pontapés. Lembram-se de Heloísa Helena, Luciana Genro, Babá e João Fontes? Pois bem, eles pareciam uma nódoa no atual PT, um partido de elite. Elite sim, mas com um discurso cheio de oxímoros. Os marqueteiros petistas tomam de empréstimo o populismo de Hugo Chavez para a manutenção da farsa.
A cada mandato, um novo disparate. O do primeiro quadriênio já fora mencionado. Alguns dias após a reeleição, Lula cogita a participação do empresário gaúcho Jorge Gerdau no novo ministério. Gerdau vai integrar um corpus de profissionais do naipe de Henrique Meirelles, cuja reputação vem sofrendo refregas constantes. Acabou-se o sindicalismo. Sucumbiu o discurso apaixonado. O ex-metalúrgico come como um abade e larga os ossos para o proletariado indefeso.
Votei em Lula em 2002, mesmo com rijas ressalvas. A primeira delas era a coligação com o PL, uma sigla secularmente do setor empresarial e avessa a quaisquer concessões trabalhistas. A segunda – e mais contundente – é a aproximação paradoxal com o clã Sarney. Nos anos 80, Lula, então deputado federal, não teve papas na língua ao afirmar que José Sarney é um ladrão. Hoje, os dois trajados em ternos Armani trocam mesuras.
Morreu o PT. A última resistência de esquerdismo no partido foi extirpada a pontapés. Lembram-se de Heloísa Helena, Luciana Genro, Babá e João Fontes? Pois bem, eles pareciam uma nódoa no atual PT, um partido de elite. Elite sim, mas com um discurso cheio de oxímoros. Os marqueteiros petistas tomam de empréstimo o populismo de Hugo Chavez para a manutenção da farsa.
A cada mandato, um novo disparate. O do primeiro quadriênio já fora mencionado. Alguns dias após a reeleição, Lula cogita a participação do empresário gaúcho Jorge Gerdau no novo ministério. Gerdau vai integrar um corpus de profissionais do naipe de Henrique Meirelles, cuja reputação vem sofrendo refregas constantes. Acabou-se o sindicalismo. Sucumbiu o discurso apaixonado. O ex-metalúrgico come como um abade e larga os ossos para o proletariado indefeso.
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