Os vícios do governo federal, por Gilmar Luís Silva Júnior, em 18 de janeiro de 2006.
Ano novo, vida nova. Talvez assim o fosse, se a fleuma do povo brasileiro não estivesse tão encarnada em milhões de pessoas. Mal cruzamos o mês de janeiro, os políticos prometem que tudo será diferente. Até um sorriso de conforto seria esboçado, se o horizonte não mostrasse que um ano eleitoral está a espreitar o brasileiro, com seus ardis.
O passar dos anos não traz somente mais rugas. Carrega consigo o desgaste de um sonho, de um projeto que se insinuava libertário. O advento do PT, nos anos 80, significou o reduto de valores éticos, tão olvidados durante os mais de 500 anos de história do nosso país. Dos portugueses restaram as instituições arcaicas e toda uma série de práticas reduzidas a alguns “ismos”. Não é preciso raciocínios mirabolantes para se depreender a origem do corporativismo, do paternalismo, do fisiologismo, etc. São vícios que, atualmente, não carregam a pecha negativa que lhe são inerentes. Depois dos lusitanos, a jovem sociedade brasileira aprendeu com ingleses, norte-americanos, franceses, entre outros, que a divisão de classes é um mal necessário. Tal desigualdade não encontra a justiça diante de si: os olhos e os ouvidos da nação estão atados.
E permanecerão atados até o final do empanado governo petista. O primeiro ano da administração Lula desenrolou-se num clima de paz, sustentando por um voto de confiança. A classe mais humilde estava ainda embebida no êxtase da vitória do PT e, diante de tanto sentimento bom e verdadeiro, olhava de soslaio para os tropeços de competência federal. O ano seguinte, 2004, fez o caldo entornar: o escândalo Waldomiro Diniz, envolvendo o ex-ministro e pretenso ditador, José Dirceu, riscou o vidro do outrora incólume caráter petista. O superministro começou sua derrocada, que viria a se concretizar no ano passado. 2005 não será esquecido. O ano que o lamaçal atingiu um nível explosivo. Nunca se viram tantas cifras mudando de mãos por objetivos tão torpes. Mensalão, Mensalinho, BMG, etc. são siglas e práticas que entraram de vez no imaginário do brasileiro. Não servem, no entanto, para figurar entre figuras do folclore, como apregoa o simplório presidente Lula.
O PT sofre de um problema de personalidade e isso compromete todo um projeto de governo.
Enquanto a corja petista governar como um partido conservador, aparecer na TV como populista e ser visto como progressista para o restante do mundo, os desatinos vão permear o cotidiano do Brasil. Pagar R$ 15 bilhões antes do prazo para o ávido FMI não soou muito bem para uma sigla cujas prerrogativas eram o socialismo e a melhoria de vida do trabalhador. Um presidente que dá os ombros para a educação não merece sentar na cadeira mais almejada do país. Um partido também quer calar a imprensa: na segunda semana de janeiro, o PT chocou muitas pessoas ao tentar proibir o uso de gravações telefônicas em reportagens investigativas. O velho e desgastado adágio cabe a esse acinte ao exercício do Jornalismo: quem não deve, não teme.
No dia 25 de janeiro deste ano, o presidente Lula concedeu mais munição à falta coerência de seu governo. No Congresso, mais de 480 deputados votavam o destino da verticalização partidária. Se for mantida, a verticalização estende as alianças do nível mais elementar – o município – até a esfera federal. Isso significaria que as alianças entre as siglas seguiriam uma tendência em todo o Brasil. Ponto para a coerência. Mas Lula é contra. Lula prefere o “balaio de gatos”: no RS, PT e PMDB se digladiam até a morte, mas em Brasília os dois partidos tentam selar uma relação cordial.
Soa como derrota a falência de mais um sonho. Um sonho de mudança que se converteu em engodo. Dói ver um partido que desfraldava a ética como efígie se tornar um monstro, sem cara, sem cor. O PT governa para os patrões, vigia a opinião pública como uma agremiação populista reacionária e quer se perpetuar no poder como uma ditadura proletária. A sigla de Lula não mede esforços em calar opositores. Até assassinatos de antigos membros são cogitados no cenário atual – vide os casos dos ex-petistas Celso Daniel e Toninho do PT. São tantos equívocos ideológicos que causam náuseas nos poucos corações ainda sãos nesse imenso país.
O passar dos anos não traz somente mais rugas. Carrega consigo o desgaste de um sonho, de um projeto que se insinuava libertário. O advento do PT, nos anos 80, significou o reduto de valores éticos, tão olvidados durante os mais de 500 anos de história do nosso país. Dos portugueses restaram as instituições arcaicas e toda uma série de práticas reduzidas a alguns “ismos”. Não é preciso raciocínios mirabolantes para se depreender a origem do corporativismo, do paternalismo, do fisiologismo, etc. São vícios que, atualmente, não carregam a pecha negativa que lhe são inerentes. Depois dos lusitanos, a jovem sociedade brasileira aprendeu com ingleses, norte-americanos, franceses, entre outros, que a divisão de classes é um mal necessário. Tal desigualdade não encontra a justiça diante de si: os olhos e os ouvidos da nação estão atados.
E permanecerão atados até o final do empanado governo petista. O primeiro ano da administração Lula desenrolou-se num clima de paz, sustentando por um voto de confiança. A classe mais humilde estava ainda embebida no êxtase da vitória do PT e, diante de tanto sentimento bom e verdadeiro, olhava de soslaio para os tropeços de competência federal. O ano seguinte, 2004, fez o caldo entornar: o escândalo Waldomiro Diniz, envolvendo o ex-ministro e pretenso ditador, José Dirceu, riscou o vidro do outrora incólume caráter petista. O superministro começou sua derrocada, que viria a se concretizar no ano passado. 2005 não será esquecido. O ano que o lamaçal atingiu um nível explosivo. Nunca se viram tantas cifras mudando de mãos por objetivos tão torpes. Mensalão, Mensalinho, BMG, etc. são siglas e práticas que entraram de vez no imaginário do brasileiro. Não servem, no entanto, para figurar entre figuras do folclore, como apregoa o simplório presidente Lula.
O PT sofre de um problema de personalidade e isso compromete todo um projeto de governo.
Enquanto a corja petista governar como um partido conservador, aparecer na TV como populista e ser visto como progressista para o restante do mundo, os desatinos vão permear o cotidiano do Brasil. Pagar R$ 15 bilhões antes do prazo para o ávido FMI não soou muito bem para uma sigla cujas prerrogativas eram o socialismo e a melhoria de vida do trabalhador. Um presidente que dá os ombros para a educação não merece sentar na cadeira mais almejada do país. Um partido também quer calar a imprensa: na segunda semana de janeiro, o PT chocou muitas pessoas ao tentar proibir o uso de gravações telefônicas em reportagens investigativas. O velho e desgastado adágio cabe a esse acinte ao exercício do Jornalismo: quem não deve, não teme.
No dia 25 de janeiro deste ano, o presidente Lula concedeu mais munição à falta coerência de seu governo. No Congresso, mais de 480 deputados votavam o destino da verticalização partidária. Se for mantida, a verticalização estende as alianças do nível mais elementar – o município – até a esfera federal. Isso significaria que as alianças entre as siglas seguiriam uma tendência em todo o Brasil. Ponto para a coerência. Mas Lula é contra. Lula prefere o “balaio de gatos”: no RS, PT e PMDB se digladiam até a morte, mas em Brasília os dois partidos tentam selar uma relação cordial.
Soa como derrota a falência de mais um sonho. Um sonho de mudança que se converteu em engodo. Dói ver um partido que desfraldava a ética como efígie se tornar um monstro, sem cara, sem cor. O PT governa para os patrões, vigia a opinião pública como uma agremiação populista reacionária e quer se perpetuar no poder como uma ditadura proletária. A sigla de Lula não mede esforços em calar opositores. Até assassinatos de antigos membros são cogitados no cenário atual – vide os casos dos ex-petistas Celso Daniel e Toninho do PT. São tantos equívocos ideológicos que causam náuseas nos poucos corações ainda sãos nesse imenso país.
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