GilmarJunior

Textos de minha vida.

domingo, fevereiro 20, 2005

Pastos e Pastanges - evento no mês de maio mostra a importância de dom Pedrito no setor primário gaúcho

PASTOS E PASTAGENS - fevereiro de 2005

O ano de 2005 mobilizou as atenções do setor primário gaúcho para uma questão: a estiagem. Os noticiários chegam às casas do Rio Grande do Sul para revelar um número crescente de municípios em situação de emergência ou reuniões da cadeia produtiva que buscam alternativas para a queda de produtividade. Nada escapa da tragédia climática: arroz, soja, milho, fumo e o tradicional gado, de corte e leiteiro.

No entanto, o setor primário do Estado não repousa apenas em lamentações. Nos dias 20 e 21 de maio, ocorre em Dom Pedrito, na região Sul, a 13ª edição do Seminário Pastos, Pastagens e Suplementos, no Parque de Exposições do Sindicato Rural do município. O evento tem como intuito fomentar discussões do universo relacionado à pecuária. Mercado, nutrição, as relações entre patrão e empregado etc são os temas que norteiam a pauta do encontro.

De acordo com José Roberto Pires Weber, um dos delegados representantes da edição deste ano, o seminário vem mantendo uma média de 500 pessoas por ano. “O público participante são de estudantes de Medicina Veterinária, de Agronomia, além de zootécnicos e produtores”, afirma Weber, que ressalta a presença de empresários estrangeiros do setor. Ele destaca que produtores da África do Sul, Argentina, Nova Zelândia entre outros países já marcaram presença em edições anteriores. Weber fala com naturalidade do seminário, já que coordenou nove edições do acontecimento. O atual delegado atuou da 4ª até a 12ª edição, quando era presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito. Ele ainda endossou a importância do seminário: “é o maior evento permanente de pecuária do Estado”.

O fato de Dom Pedrito ser a sede de um importante acontecimento da pecuária gaúcha não se deve ao acaso. A economia da cidade dá respaldo para as discussões acerca do gado. Dom Pedrito exporta reprodutores Angus, Hereford, Braford e Brangus, tornando-se notória quando o assunto é qualidade genética. O rebanho bovino pedritense atinge 420 mil cabeças. Os ovinos também encontram um bom plantel, cerca de 200 mil cabeças. A criação ovina sofreu um novo alento com a reabertura do frigorífico da Cotrijuí. E, por fim, Dom Pedrito está intimamente associada aos eqüinos, devido à existência de um Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos. A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) declara que o município cria 10.648 cavalos crioulos.

Diante de uma economia pujante, Weber explica que a tônica do seminário é a troca de experiências entre o setor produtivo e a comunidade acadêmica. O evento de 2004 foi organizado em duas palestras – uma de abertura e outra de encerramento – e oito oficinas. “O produtor ou estudante presente não vai conseguir assistir a todas as palestras, pois muitas delas acontecem nos mesmos horários”, apontou. Ele mencionou que as palestras sempre vão atingir um público específico. “Os temas são bem direcionados para diversas categorias”, acrescentou.

Para o sucesso de um evento de apenas dois dias, o trabalho oneroso da organização merece uma grata menção. Em janeiro, a prospecção por temas e pelos palestrantes já toma corpo. Weber salienta que palestrantes estrangeiros funcionam como chamariz das discussões, mas que também representam um problema. “Os estrangeiros funcionam como vedetes, mas a compreensão do idioma atrapalha. Os tradutores nem sempre conseguem acompanhar o ritmo da fala de algumas pessoas. E outros falam tão devagar que deixam a palestra muito parada”, disse. Em seguida, com os contatos realizados, a questão da infra-estrutura passa a ser prioridade. Muitas palestras demandam recursos especiais, como datashow, slides. Weber conta que esses equipamentos são fornecidos pelo próprio sindicato. A algumas semanas do seminário, os equipamentos são colocados no Parque de Exposições, considerado “grande para acomodar tudo que for necessário”.

O presidente da Federarroz (Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul), Valter José Pötter, ressalta que a eclosão de eventos – como o Pastos, Pastagens e Suplementos – funciona como difusor de novas práticas e de tecnologias para o meio rural. “O Sindicato e a Federarroz estão juntos para melhorar o setor”, completou. Pötter também faz parte do Sindicato Rural de Dom Pedrito, na função de delegado representante da entidade.