GilmarJunior

Textos de minha vida.

sábado, fevereiro 26, 2005

Matéria do Correio do Povo em 26 de fevereiro de 2005

Washington - A bem coreografada viagem de cinco dias que o presidente George W. Bush fez à Europa para reatar a amizade dos Estados Unidos com seus aliados tradicionais e melhorar o carregado ambiente das relações transatlânticas produziu os resultados esperados pela Casa Branca. Nos jornais e na televisão dos EUA, as imagens da cobertura das andanças de Bush por Bélgica, Alemanha e Eslováquia não mostraram protestos, mas apenas um líder calorosamente recebido e até festejado nos lugares que visitou.

Além da impressão de mais harmonia entre as autoridades européias e Bush, que mal se falavam por causa da guerra no Iraque, a viagem parece ter produzido a aproximação entre EUA e Europa ante o desenvolvimento de um suposto programa nuclear no Irã. O presidente americano prometeu pensar sobre as sugestões que Inglaterra, França e Alemanha teceram sobre a tentativa de convencer os iranianos, pela via diplomática, a desistir da produção de bombas nucleares. Bush classificou de 'ridículas' as especulações de que os EUA estejam preparando um ataque contra Teerã, mas sublinhou que 'todas as opções estão sobre a mesa'. O ceticismo dos europeus contra o líder americano encontra respaldo em uma visível incongruência de política externa. Bush recusa unir-se aos aliados nas negociações com o Irã, que ainda não tem armas nucleares, mas insiste na retomada de conversas entre EUA, Rússia, China, Japão e Coréia do Sul para pressionar a Coréia do Norte, que disse possuir bomba nuclear.

Quanto ao Iraque, o pivô do fosso diplomático com a Europa, Bush festejou o anúncio de ajuda no treinamento da nova força de segurança do país. Os europeus, porém, apontaram que participarão sem o envio de tropas, mas treinando milícias iraquianas no próprio continente.